quinta-feira, 31 de março de 2011

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Tipos de Fossilização



SUBSTITUIÇÃO: Troca do material mineralizado pela água, que há nos espaços intersticiais,  por outro mineral diferente como calcita ou sílica. Geralmente é perdida da estrutura anatômica, pois os cristais resultantes da substituição ficam de maior tamanho.

INCRUSTAÇÃO: Quando o fóssil recebe uma cama de calcário encobrindo a peça é muito comum (costela de veado e mandíbula de anta). Recobrimento de uma parte dura (ossos, semente, caule, dente, e etc) por uma crosta mineral, geralmente calcita. Muito comum em cavernas.


RECRISTALIZAÇÃO: Material amorfo que se transforma em cristal (osso e carapaça de tartaruga). Hà formação de grandes cristais no fóssil.

NÓDULO CALCÁRIO: Envolvimento por calcário (espinha de peixe; pteridófita; ictióforos em fatias, pata de caranguejo). Podemos entender como um bife a milanesa pois,  fica o fóssil envolto de calcário, porém não o encobre completamente.

CARBONIZAÇÃO: Processo comum de fossilização dos vegetais e animais com esqueletos de natureza quitinosa. Consiste no enriquecimento progressivo de carbono em relação aos outros elementos químicos da matéria orgânica.

PEMINERALIZAÇÃO: Fóssil pesado, poros preenchidos com argila ou ferro, óxido de manganês. Preenchimento das células e dos espaços intercelulares por uma matriz mineral. Por calcita, pirita, sílica, fósforo, gelo e outros.

AMBAR: consiste de uma resina de varias espécies de gimnospermas e angiospermas, são encontradas em grandes quantidades nos terrenos terciários na costa sul do Báltico e na Republica Dominicana. O fóssil é aprisionado em meio ao âmbar, porém pode acontecer um processo bem similar só que ao invés do âmbar seria o gelo que manteria o fóssil em ótimas condições. A Conservação com âmbar, gelo e até asfalto seria uma conservação completa, ao contrário das outras formas de fossilização que normalmente só conservará uma parte do ser que existia.

GASTRÓLITOS: Pedra do estômago de dinossauro e outros seres, encontrada normalmente junto dos restos do fóssil.

ROCHAS BIOGÊNICAS: Conquinas; carapaças de foraminíferos; tubos de vermes.

MOLDES, RASTROS, PEGADAS: As marcas ou vestígios de atividades dos seres vivos, também podem ser fossilizadas. O próprio ser pode moldar e depois se desintegrar por completo e deixar ali uma marca de sua existência, uma impressão, molde interno ou externo de estruturas como conchas, ossos e até partes moles. Conhecidos como icnofósseis, servem como pistas, tubos, pegadas, ninhos, fezes (coprólitos) e outros, podem fornecer idéia do meio em que o ser vivia.

Video sobre Anemia Falciforme

quarta-feira, 30 de março de 2011

Anemia Falciforme


            Resumo

            A  Anemia falciforme, que provém de anormalidades genéticas, com sua origem do continente Africano, tem várias formas e intensidades de seus sintomas. A homozigose da hemoglobina S (Hb ss) é somente uma das formas das chamadas doenças falcêmicas, caracterizada pela deformação da hemácia em forma de foice, tem como uma das suas grandes complicações a debilidade na oxigenação de tecidos. 

                Hemoglobina

          De acordo com Canto(2008) dentro das hemácias existem as moléculas de hemoglobina, que são agrupamentos de 4 globinas: 2 cadeias α-similares(141 aminoácidos) e 2 cadeias β-similares(146 aminoácidos), e um grupo heme, que é formado por parte orgânica (derivado da substância porfirina) e no seu centro um íon Fe2+ , denominado Ferro II ou Ferroso.  O grupo heme é o local em que o O2 se liga na hemoglobina e quando essa ligação ocorre, o grupo heme fica vermelho vivo, cor caracteristica do sangue oxigenado . Cada cadeia de globina tem uma bolsa onde se fixa o heme. Esta cavidade é forrada por aminoácidos hidrofóbicos, que impedem a entrada de água, protegendo o ferro contra a oxidação. Na forma  mais comum e abundante de  hemoglobina, a  Hb A (hemoglobina do adulto). Então a hemoglobina é a grupo heme + globina = hemoglobina. A seguir um quadro com tipos de hemoglobina em relação ao desenvolvimento humano:                                          (Canto, 2008)
                     
Figura1, fonte:Neto, 2003 (Tipos de hemoglobina)

                Anemia

             É a diminuição acentuada da quantidade de glóbulos vermelhos ou taxa de hemoglobina no sangue de acordo com Naoum, (2000).

                Origem da Anemia Falciforme

                    A anemia falciforme foi relatada pela primeira vez por Herick  em 1910, em um jovem negro emigrado das Antilhas para Chicago. Herick notou a forma das hemácias em forma de foice e caracterizou o evento como uma anemia hemolítica. Com a primeira descrição da existência de duas mutações distintas para a Hbs, detectadas pela ação da enzima de restrição Hpa I no sítio de 5 Kb a 3´ do gene β, estabeleceu-se o conceito de origem multicêntrica para esta doença. Segundo a Anvisa (2002), esta doença tem sua origem na África, trazida então pelos escravos, encontrada em várias regiões como Europa e Ásia. No Brasil distribui-se de forma hereditária , sendo mais frequente na proporção de antepassados negros da população. É maior na Nordeste, porém é presente em brancos com antepassados
 negros.
                                                                                                           (Silva, 2003)

                Aspectos da Doença

                    O desenvolvimento clínico da anemia falciforme extremamente variável que se caracteriza principalmente por diferentes tipos de expressão gênica da doença, logo temos intensidades diferentes da doença. Esta doença pode estar associada com níveis de diferentes de Hb fetal e interações  com talassemia alfa que atuam como moderadores genéticos desta doença. Porém defeitos genéticos nos eritrócitos, com destaque para deficiência de G-6PD, a esferocitose e as deficiências de enzimas anti-oxidantes (SOD, Gpx e catalase), certamente interferem no curso clínico da doença. Basicamente a doença falciforme agrupa um conjunto de genótipos diferentes caracterizados pela concentração de hemoglobina S em 50%, resultado da homozigose (Hb SS), sendo a forma mais encontrada e a mais grave clinicamente.
                                                                                                       (Naoum, 2000)

                Aspectos da parte molecular da Doença

               A hemoglobina s é resultado da mutação de posição (GAG>GTG),é a substuição da base nitrogenada timina (T) por adenina (A), no sexto códon do éxon 1 no DNA do cromossomo 11. no gene da globina beta, originando uma hemoglobina anormal, responsável pela anemia falciforme. Esta mutação leva a substituição de um aminoácido  ácido glutâmico por uma valina na posição 6 da cadeia beta (β), com consequências fisioquímicas na molécula , como por exemplo a polimerização com falcização (forma de foice) levando ao encurtamento da vida média das células, fenômenos de vaso oclusão  e dor e lesões nos órgãos, a anemia propriamente dita, e baixa concentração de oxigenio pelo mal funcionamento das hemácias. Esta Hb s pode também se combinar com outras anormalidades como a hemoglobina C (Hb c), hemoglobina D e a beta-talassemia, entre outras gerando combinações que também são sintomáticas denominadas respectivamente, hemoglobinopatia-SC, hemoglobinopatia SD e S/beta-talassemia.
                                                                                                        (Aragão, 2007)
                    Tem também a perda de duas cargas elétricas por molécula de hemoglobina, devido a mutação. Ainda apresenta diferente estabilidade e solubilidade, demonstrando uma forte tendência à formação de polímeros quando na sua forma de desoxiemoglobina. Decorre daí uma seríe de alterações físico-químicas na estrutura da hemacia, ocasionando a deformação e o enrijecimento de sua membrana celular, concorrendo para o surgimento do epifenômeno patológico que é a vasooclusão. Este fenômeno é responsavél por toda a sequência de alterações estruturais e funcionais nos mais diversos orgãos e sistemas do paciente acometido.
                                                                                                    (Gentil, 2003)
                    A hemoglobina s no estado de baixa tensão do oxigênio sofre uma modificação na sua conformação molecular devido à presença do aminoácido valina, que interage com o receptor fenilalanina e leucina na molécula adjacente de hemoglobina s. Esta interação de natureza hidrofóbica desencadeia a formação de polímeros, compostos por 14 fibras de desoxiemoglobinas, enoveladas entre si, num processo denominado nucleação , que progride com o alongamento e alinhamento de mais fibras , criando uma estrutura multipolimérica , na forma de uma eixo axial no interior  da célula. Está criado assim o mecanismo de transformação da clássica forma do eritrócito em uma estrutura celular no formato de foice.
                                                                                                        (Gentil, 2003)
                 
Figura 2, fonte: Neto, 2003. Processo de Falcização da hemácia.

       A velocidade e a extensão da formação de polímeros no interior da hemácia depende primariamente de três variáveis independementes: grau de desoxigenação, concetração intracelular de hemoglobina s e presença ou ausência de hemoglobina F. Uma das consequências da polimerização da Hbs é a desidratação celular devida às perdas de íons de potássio (k+) e de água . Os principais mecanismos destas perdas ocorrem pela ativação excessiva do canal de transporte íons potássio e cloro (k+Cl-), estimulados pela acidificação, pelo edema celular( este canal está muito ativo nos reticulócitos , onde a desidratação desempenha papel importante na formação das células densas) e pelo canal de Gardos, devido ao aumento da concentração dos íons de cálcio (Ca++).
       A perda da elasticidade da célula deve-se ao incremento da concentração de Hbs intracelular, resultando no aumento da viscosidade no citosol, à polimerização da Hbs e a rígidez da membrana. Estes fatores, associados a uma maior adesão do eritrócito falcizado ao endotélio, mediada pelo complexo da integrina α4β1, tronsbospondina fator de von Willebrand e fibronectina, favorece a formação de trombos na micro e macrocirculação.
                                                                                                             (Neto, 2003)

            Conclusão

          Após o estudo da anemia falciforme podemos ver o quanto é importante a integridade molecular de todas as nossas células, pois é apartir de uma simples troca de base nitrogenada, causa uma grande desordem na função da hemácia que prejudica todo o funcionamento orgânico.




            Referência Bibliográfica


ANVISA. Manual de diagnóstico e tratamento de Doenças Falciformes.Brasília:[s.d.]2002.Disponível: bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/anvisa/diagnostico.pdf – Acessado em:12/10/2009.

ARAGÃO, A. de J; ARAÚJO, P. I. C; Manual da Anemia Falciforme para População, Brasília, 2007; Acessado em: 12/10/2009, disponível em: bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/07_0206_M.pdf-

CAMPBELL, M. K.; Bioquímica. 3º ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

CANTO, E. Em dia com as Ciências Naturais: Edição para Professores. São Paulo, 2008. nº8. Editora Moderna.

NAOUM, P.C.; Interferentes Eritrocitários e ambientais na anemia falciforme. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, São José do Rio Preto, v. 22, nº1, 2000.

NETO, G. C. G., PITOMBEIRA, M. S.; Aspectos Moleculares da Anemia Falciforme. Jornal Brasileiro de Medicina Laboratorial, Rio de Janeiro, v.39, n°1, pag. 51 – 56, 2003.

SILVA, I. A., Atuação Fisioterapeutica na Anemia Falciforme.  Curso de Lato&Sensu UNAMA. Belém, v.4, n° 1; pag. 3 – 5. 10/2003.Acessado em 12/10/2009. Disponível  em: www.nead.unama.br/site/bibdigital/pdf/artigos_revistas/130.pdf -